sábado, 10 de março de 2012

Como usar os gêneros para ensinar leitura e produção de textos

4 Organização do trabalho pede mescla de modalidades
Para integrar essa multiplicidade de propostas e dar conta da evolução dos conteúdos, o melhor caminho é organizar as aulas conforme as modalidades propostas pela pesquisadora argentina Delia Lerner e dividir os trabalhos entre atividades permanentes, sequências didáticas e projetos didáticos - que podem ser interligados ou usados separadamente, dependendo dos objetivos. "A chave é pensar numa progressão das dificuldades", afirma a linguista Vera Lúcia Cristóvão, da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
O projeto didático é a modalidade mais indicada para trabalhar a escrita - afinal, ao criar um produto final com público definido, a turma aprende a focar em um gênero e saber o quê, por quê e para quem escrever. Em um projeto didático sobre propagandas, por exemplo, a exibição das criações para outros estudantes permite reproduzir o que ocorre com a publicidade na vida real. Além disso, a tarefa adquire outro sentido, pois o aluno sabe que escreve para que outros leiam (e não apenas para o professor) e, portanto, passa a prestar mais atenção na necessidade de se fazer entender.
Já as sequências didáticas são ideais para a leitura de diferentes exemplares de um mesmo gênero, de obras variadas de um mesmo autor ou de diversos textos sobre um tema. Elas garantem uma progressão que respeita o objetivo a ser alcançado. Ao planejá-las, é importante colocá-las antes dos projetos de produção textual. No projeto da Secretaria de Educação de Nova Lima, por exemplo, os textos informativos são explorados numa sequência didática meses antes da criação de um jornal mural.
E as atividades permanentes têm como meta criar familiaridade com os diversos comportamentos leitores. Na Projeto Vida, as turmas do 2º ao 5º ano realizam semanalmente rodas de curiosidades, em que alunos contam para os colegas o que leram em jornais e revistas. Com isso, são estimulados a comentar as notícias.

Por fim, vale destacar que quando os gêneros são ensinados como instrumento para a compreensão da língua, não importa quantos ou quais você trabalha, desde que o objetivo seja usá-los como um jeito de formar alunos que aprendam a ler e escrever de verdade.

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